Falhas de segurança críticas: Como elas surgem e como empresas devem responder
Ameaças Cibernéticas

Falhas de segurança críticas: Como elas surgem e como empresas devem responder

As falhas de segurança críticas representam uma ameaça para empresas de todos os setores. Muitas organizações só percebem que estavam vulneráveis quando já é tarde demais, enfrentando violações de dados, prejuízos financeiros e danos à reputação. Em fevereiro de 2025, a CISA (Cybersecurity and Infrastructure Security Agency) emitiu um alerta global sobre vulnerabilidades críticas que estavam sendo ativamente exploradas, reforçando a necessidade de uma abordagem mais proativa na gestão de riscos digitais. Esse cenário levanta uma questão essencial: como as empresas podem identificar e corrigir falhas críticas antes que elas sejam exploradas por cibercriminosos? O que são falhas de segurança críticas e como elas surgem? Falhas de segurança críticas são vulnerabilidades graves que, quando exploradas, podem comprometer a integridade, a confidencialidade e a disponibilidade de sistemas corporativos. Elas representam riscos elevados, pois permitem que cibercriminosos obtenham acesso não autorizado, executem códigos maliciosos ou interrompam operações essenciais. As empresas lidam com um cenário dinâmico de ameaças, onde novas vulnerabilidades são descobertas diariamente. Segundo a CVE Details, foram relatadas 26.447 vulnerabilidades em 2023, sendo que uma parcela significativa continua sem correção por meses ou anos. Isso expõe as organizações a ataques como ransomware e espionagem digital. A seguir, exploramos as principais formas como essas falhas surgem e por que elas continuam sendo um grande desafio para a segurança corporativa. Falhas no desenvolvimento de software e código vulnerável Uma das principais origens das vulnerabilidades críticas está no desenvolvimento de software. Erros cometidos durante a criação de sistemas podem abrir brechas que são exploradas por cibercriminosos. Problemas como injeção de SQL, buffer overflow e execução remota de código são frequentemente detectados em aplicações web e plataformas corporativas. Um dos exemplos mais notórios desse problema foi a vulnerabilidade Log4Shell, descoberta em 2021. Mesmo em 2024, 12% das aplicações Java ainda usam versões vulneráveis, evidenciando como falhas críticas podem permanecer abertas por anos. A falta de um ciclo de desenvolvimento seguro (Secure SDLC) e testes automatizados de segurança, como SAST (testes estáticos de código) e DAST (testes dinâmicos), agrava o problema. Configuração inadequada de sistemas e infraestruturas A segurança de uma empresa não depende apenas do código dos sistemas, mas também da forma como eles são configurados. Erros de configuração podem expor dados sensíveis e criar brechas de segurança graves. Entre os problemas mais comuns estão: Segundo a IBM Security, 80% das violações de dados ocorrem devido a configurações incorretas, permitindo que atacantes explorem essas brechas sem necessidade de técnicas avançadas. Falta de atualizações e aplicação de patches A correção de vulnerabilidades é uma das práticas mais essenciais para a segurança cibernética, mas muitas empresas falham nesse processo. O atraso na aplicação de patches de segurança pode deixar sistemas expostos por longos períodos, tornando-os alvos fáceis para ataques. De acordo com um relatório da Tenable, 70% das empresas levam mais de 60 dias para aplicar patches críticos, permitindo que invasores aproveitem essas brechas antes que sejam corrigidas. Casos como a vulnerabilidade EternalBlue, explorada pelo ransomware WannaCry em 2017, mostram como a falta de atualização pode ser catastrófica. Mesmo com um patch disponível, milhares de empresas não aplicaram a correção a tempo, resultando em uma onda de ataques que afetou mais de 200 mil máquinas em 150 países. Uso de software obsoleto e sistemas sem suporte Outro grande problema enfrentado pelas empresas é a dependência de sistemas antigos, que não recebem mais atualizações de segurança. Softwares obsoletos representam um risco significativo, pois qualquer nova vulnerabilidade descoberta não será corrigida pelo fabricante. Esse problema é especialmente grave em setores que utilizam sistemas legados, como bancos, hospitais e indústrias. Manter sistemas sem suporte é um convite para ataques, pois os cibercriminosos conhecem suas fraquezas e exploram essas brechas sem dificuldades. Um exemplo recente ocorreu com empresas que ainda utilizavam Windows Server 2012 e Windows 7, ambos descontinuados pela Microsoft. Sem atualizações de segurança, essas plataformas tornaram-se alvos fáceis para invasores que exploraram vulnerabilidades conhecidas há anos. Integração de terceiros e dependências vulneráveis Com a crescente adoção de softwares como serviço (SaaS) e infraestrutura em nuvem, muitas empresas dependem de soluções externas para operar. Essa interconectividade pode introduzir novos riscos, pois vulnerabilidades em fornecedores terceirizados podem impactar toda a cadeia de segurança. A falta de uma avaliação criteriosa sobre os riscos de integração pode levar à exposição de dados críticos. Ataques recentes mostram como cibercriminosos estão explorando vulnerabilidades em APIs e serviços de terceiros para acessar informações sensíveis de empresas que acreditavam estar protegidas. Além disso, bibliotecas e frameworks amplamente utilizados podem conter falhas críticas que afetam milhares de organizações simultaneamente. A vulnerabilidade Log4Shell, mencionada anteriormente, demonstrou como uma simples falha em uma biblioteca popular pode gerar impacto global. Engenharia social e exploração de credenciais Embora muitas falhas críticas sejam técnicas, um dos vetores de ataque mais comuns continua sendo a manipulação humana. Cibercriminosos utilizam técnicas de engenharia social para enganar funcionários e obter acesso a sistemas críticos. Ataques de phishing, deepfake e roubo de credenciais permitem que hackers ultrapassem barreiras de segurança sem precisar explorar falhas técnicas complexas. Segundo a Verizon Data Breach Investigations Report de 2024, mais de 60% das violações de dados envolvem credenciais roubadas ou comprometidas. Essa realidade reforça a necessidade de práticas como autenticação multifator (MFA), restrição de acessos privilegiados e treinamentos contínuos de segurança para funcionários. Os principais erros das empresas na correção de vulnerabilidades Apesar de as falhas críticas representarem um grande risco, muitas empresas falham na sua correção, seja por processos ineficientes ou por escolhas erradas na priorização das vulnerabilidades. Um erro comum é a priorização baseada exclusivamente na criticidade das falhas, muitas vezes utilizando apenas a pontuação CVSS como critério. Embora essa métrica seja importante, ela não leva em consideração o contexto real da empresa. Uma vulnerabilidade pode ter um score alto no CVSS, mas ser pouco explorável no ambiente específico, enquanto outra, com pontuação menor, pode representar um risco muito maior dependendo da infraestrutura e exposição do sistema. Outro problema recorrente está na falta de automação no gerenciamento de vulnerabilidades. Muitas organizações ainda dependem de processos manuais para identificar,