Infostealers e vazamentos de dados: Como empresas estão sendo expostas a ataques e como mitigar os riscos
Os ataques cibernéticos estão cada vez mais sofisticados e perigosos. Infostealers, um tipo de malware projetado para roubar credenciais e informações sensíveis, já infectaram mais de 30 milhões de dispositivos nos últimos anos, segundo um levantamento da Hudson Rock. Esses ataques resultaram em vazamentos massivos de dados corporativos, facilitando invasões, fraudes financeiras e comprometimentos de sistemas críticos. A governança de identidade e controle de acessos se tornou uma necessidade urgente para empresas que desejam se proteger contra essas ameaças. Mas como esses ataques acontecem? E como as empresas podem se proteger de forma eficaz? Vamos explorar tudo isso agora. A evolução dos infostealers e seu impacto nas empresas De ameaças simples a ataques sofisticados Os infostealers surgiram como malwares simples, projetados para roubar senhas, tokens de autenticação, cookies e dados financeiros. Diferente dos ransomwares, que bloqueiam sistemas e exigem resgates, esses malwares operam silenciosamente, capturando credenciais e vendendo-as na dark web ou utilizando-as em ataques direcionados. Segundo um relatório da Lumu Technologies (2024), a inteligência artificial generativa permitirá que criminosos refinem suas técnicas antes que as empresas consigam reagir, tornando os infostealers ainda mais letais. Já um estudo da Kela, “The State of Cybercrime 2024”, revelou que mais de 330 milhões de credenciais foram expostas por infostealers, comprometendo pelo menos 4,3 milhões de dispositivos globalmente. Esse crescimento consolidou esses malwares como uma das ferramentas favoritas dos cibercriminosos. O impacto dos Infostealers na segurança corporativa Com a evolução dessas ameaças, os infostealers passaram a operar sob o modelo Malware as a Service (MaaS), permitindo que qualquer criminoso adquira um infostealer pronto para uso, sem precisar de conhecimento técnico. Isso ampliou drasticamente o alcance dos ataques, tornando-os mais acessíveis e frequentes. Além disso, os infostealers modernos não se limitam a roubar senhas armazenadas em navegadores. Muitos capturam tokens de autenticação e cookies de sessão, permitindo que criminosos acessem contas mesmo após a troca de senhas. Isso reduz a eficácia de medidas tradicionais de segurança. Outro fator preocupante é a automação dos ataques. Hackers utilizam inteligência artificial para testar credenciais vazadas em centenas de serviços simultaneamente (credential stuffing), aumentando a taxa de sucesso das invasões. Especialistas apontam que os infostealers já são responsáveis por grande parte dos ataques que resultam em ransomwares e outras violações críticas. A necessidade de uma abordagem avançada de segurança Diante desse cenário, confiar apenas em antivírus e firewalls não é mais suficiente. Empresas precisam adotar estratégias avançadas de governança de identidade e controle contínuo de acessos, garantindo que credenciais comprometidas não se tornem uma porta de entrada para ataques devastadores. Estatísticas alarmantes: O risco crescente dos infostealers Os ataques com infostealers cresceram exponencialmente, comprometendo milhões de dispositivos e tornando-se um dos maiores riscos à segurança digital. Um estudo da Hudson Rock revelou que mais de 30 milhões de dispositivos foram infectados, atingindo até sistemas de grandes organizações como Pentágono, FBI e Lockheed Martin. Além disso, a Kela apontou que mais de 330 milhões de credenciais vazaram nos últimos anos, afetando milhões de empresas e usuários. No setor financeiro, a Kaspersky identificou que, entre 2023 e 2024, 2,3 milhões de cartões bancários foram vendidos na dark web após infecções por infostealers, expondo consumidores e instituições a fraudes milionárias. O Brasil é um dos países mais afetados da América Latina, representando 19% das infecções da região, segundo um estudo da Security Leaders. O setor público também sofre com esses ataques: um levantamento da Veja revelou que, nos últimos cinco anos, o governo federal registrou 58 mil incidentes cibernéticos, incluindo 9 mil vazamentos de dados. Esses números deixam claro que a governança de identidade e o controle rigoroso de acessos são urgentes. Sem automação e monitoramento contínuo, empresas e governos permanecerão vulneráveis a ataques cada vez mais sofisticados. Casos reais: O preço dos vazamentos de credenciais Os infostealers já causaram algumas das maiores violações de dados dos últimos anos, afetando tanto empresas privadas quanto instituições governamentais. Em 2024, a Snowflake foi alvo de um ataque onde criminosos usaram credenciais vazadas para acessar dados de empresas como Ticketmaster e Banco Santander, impactando milhões de usuários. No setor financeiro, o Banco Santander também sofreu um vazamento significativo ao ter um banco de dados comprometido, expondo clientes na Espanha, Chile e Uruguai. Já no setor público, um levantamento revelou que, nos últimos cinco anos, o governo brasileiro registrou 58 mil incidentes cibernéticos, evidenciando que a falta de controle sobre credenciais expõe até instituições altamente protegidas. Esses casos mostram que credenciais comprometidas são um dos maiores riscos cibernéticos atuais. Empresas que não adotam políticas rigorosas de controle de acessos e monitoramento contínuo ficam vulneráveis a ataques que podem gerar prejuízos financeiros, danos à reputação e sanções regulatórias severas. Com leis como LGPD, GDPR e CCPA, a governança de identidade e a automação na gestão de acessos deixaram de ser apenas uma recomendação – são uma necessidade para evitar novos vazamentos e fortalecer a segurança digital. Como proteger sua empresa contra infostealers e vazamentos de dados? Com o crescimento das ameaças cibernéticas, empresas precisam de estratégias eficazes para impedir que credenciais comprometidas sejam exploradas por criminosos. Apenas antivírus e firewalls não são mais suficientes. É essencial adotar controle rigoroso de acessos, monitoramento contínuo e políticas robustas de governança de identidade. Monitoramento contínuo e controle de credenciais Uma das melhores formas de prevenir ataques é identificar precocemente credenciais vazadas. Muitas empresas só descobrem que foram comprometidas quando já é tarde demais. Para evitar esse cenário, é fundamental utilizar ferramentas que monitoram a dark web, soluções de gestão de identidade para detectar acessos suspeitos e auditorias regulares para garantir que usuários tenham apenas as permissões necessárias. Autenticação e gerenciamento inteligente de acessos O uso exclusivo de senhas já não protege contra ataques. Infostealers capturam credenciais e tokens de autenticação, tornando essencial a adoção de múltiplas camadas de segurança. Empresas devem investir em autenticação multifator (MFA) avançada, implementar políticas de Zero Trust para validar acessos continuamente e reforçar o controle sobre contas privilegiadas, reduzindo riscos de acessos indevidos. Automação e resposta rápida a incidentes Os ataques baseados em